ROSAS QUE AGONIZAM
  
  
Para ti eles mandaram rosas que agonizam,
regadas em prantos, cortadas que foram, precocemente,
por homens que vendem flores (aliás são os mesmos que fabricam sonhos e negociam mentiras)
  
Eu, apenas, para ti, plantei um lírio no meu jardim.
  
Os mais caros remédios para ti se fizeram fabricar,
pagos a peso de ouro, para amenizar tuas dores (dores que eles mesmos causaram)
  
Eu, apenas cuidei para que nunca sentisses dor alguma.
  
Outros homens te presentearam com os melhores discos que cantam  histórias de alheios amores.
  
Eu, simplesmente, entreguei-me a ti, ao me fazer canção.
  
Para ti os homens pagaram fortunas pelos melhores livros de distantes autores.
  
Eu, ao te amar, fiz tornar-nos palavras silentes que contam real história de amor.
  
Por fim, outros te cegaram com o brilho de jóias,
glamour de viagens, podres poderes,
  
enquanto eu, poeta,  meramente, te levei à descoberta do simples que nos remete à essência dos seres.