Esperança Desesperada
Esperança Desesperada
O que seria da vida da nossa gente se não fosse o direito de sonhar! O que ainda iria nos restar, não fosse o sonho livre, independente de um povo que vive amargamente, lutando por uma fatia de pão, tão farta à mesa do patrão e tão escassa à grande maioria! Se não fosse a esperança o que seria de um povo que sobrevive de ilusão? É essa esperança que um dia há de vencer, enquanto o pobre vai lutando perseverante, pedindo a Deus e rezando confiante, na certeza de que um dia ainda vai ter a recompensa que faz por merecer e sofrendo, calejando a sua mão é humilhado à maior submissão aos caprichos de uma pequena minoria. Se não fosse a esperança o que seria de um povo que sobrevive de ilusão? E se não fosse o milagre da natureza que acontece no nosso cotidiano, o que seria do pobre do ser humano que consegue a tamanha proeza de transformar em poesia a tristeza, com rimas e lágrimas do coração e que é capaz de conceder o perdão aos gestos da poderosa burguesia. Se não fosse a esperança o que seria de um povo que sobrevive de ilusão? A esperança é a última que morre mas o povo vai morrendo lentamente e é triste o sofrer da minha gente: ninguém liga, ninguém olha, ninguém socorre. O tempo vai passando e a vida corre e a luta é lutada, porém em vão, pois o pobre oprimido, já sem razão, se alimente apenas de utopia. Se não fosse a esperança o que seria de um povo que sobrevive de ilusão?
ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 03/06/2009
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