Ancelmo Portela (poetaportela)

                                                              o sonho me faz poeta; o amor me sacia.

Textos

Solidão
SOLIDÃO




Ela caminha em minha direção,
calcula os passos, suprimindo o riso.
Agita-se por um não-sei-o-quê e, cuidadosamente,
asperge o absíntio mortal nos duendes que a rodeiam
e, uma a uma, as pétalas de rosas murchas do chão, recolhe num cesto manufaturado pelas mãos do tempo, misturadas a fagulhas de lembranças de uma época que nem o próprio tempo arquivou na memória.
O enfado de um caminhar contínuo em busca do quase nada já não assusta, nem devora o riso.
Astuta, desafia o silêncio e valente, grita calada.
Ri de uma dor quase superada e cala nossos corpos e se queda sobre o mundo.
Já não há mais o que dizer,
já não há mais o que cantar.
Ela só traz o momento.
Mais nada!
ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 05/06/2009


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