ÀS VEZES
Às vezes, sou pássaro e em vôo rasante colho estrelas cadentes pintadas de poética inspiração. Às vezes, sou relva e feito rede de proteção amparo duendes caídos da imensidão estelar, feito neve tropical. Às vezes, sentado à janela do tempo, apenas escuto a minha alma que chora a sorrir porque se faz amor e se julga infante, e se julga criança e se faz feliz... Às vezes, quando em ti repouso, de mim mesmo me perco e me acho nas veredas do tempo, nos croquis da saudade. Às vezes, mergulhado na imensidão do tudo, sinto-me náufrago, no vazio do nada. Às vezes, sou apenas eu, sem asas, sem pena, sem palavra, sem força... Às vezes, debruço-me ébrio sobre sonhos fantasiados de ilusão e acordo despido de tudo, apenas acolhido no aconchego da transparência da tua alma que me reconduz ao sono e de novo me faz sonhar até o próximo amanhecer. Às vezes, sou tudo isso... singular e complexamente, fotografia do teu ser! ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 11/08/2010
|