Ancelmo Portela (poetaportela)

                                                              o sonho me faz poeta; o amor me sacia.

Textos


ADEUS, SIMPLESMENTE ADEUS



Sei, não deveria dizer-te adeus. Pelo menos, prometi jamais dizer-te adeus. Da mesma forma que juramos amor eterno, amizade eterna, felicidade eterna, juramos que a palavra adeus jamais deveria figurar em nosso conviver.
Adeus e, sobretudo, perdão por causar-te tamanha dor, pois sei que muito me amas; e em meu coração também impregnados estão fortes resquícios desta grande paixão. Sei também que o estandarte da esperança continua a tremular no barco das nossas vidas. Necessário é todavia que trilhemos por caminhares diferentes, uma vez que vislumbramos horizontes reversos. Porém é preciso que se diga que, geralmente, todas as promessas, juras e demais prometimentos de amor são celebrados sob a tenda da paixão, daí, em muitos casos, sua inconstância e fragilidade.
Hoje, infelizmente, o meu falar já não é mais o teu falar; o meu ouvir já não é mais o teu ouvir; o meu entender difere do teu entender; a nossa música não ressoa mais no mesmo tom. Nossos pensamentos divergem por ondas tantas, enfim...
Mais uma vez, o meu coração pediu para reconsiderar: tentar de novo, recomeçar. Pediu para soprar as cinzas, a fim de reavivar as chamas do nosso amor. É que esse meu insano coração é incapaz de entender a diferença entre amor e paixão.
Talvez este meu ato seja julgado como covardia, pelo fato de estar escrevendo, em vez de falar-te, porém, sei muito bem dos meus limites e sei, principalmente, que fraquejaria se tentasse fazer algo diferente do que estou a fazer, ou seja, dizendo um frio adeus, digitado numa fria máquina que até parece debochar dos nossos sentimentos, bem diferentes daqueles que outrora experimentávamos.
Infelizmente, a nau do tempo naufragou, afogando no mar da desilusão todo um carregamento de sonhos.
Não quero mais que sofras. E não quero que venhas a pensar que não haverá mais lugar para amor ou sentimento semelhante neste teu frágil coração. Tudo passará, o tempo se encarregará de embalsamar a dor e te preparar para nova semeadura. Um tempo de reconstrução. Por isso, então, preciso ir! Por isso, então, adeus. Simplesmente ADEUS!







ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 22/09/2010


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