INÁCIO RODRIGUES DE ARAÚJO – Inácio Tomaz. Quando pensamos, ou quando ouvimos que alguém atingiu um centenário de vida, pensamos logo em alguém fragilizado, muitas vezes numa cadeira de rodas, ou em cima de uma cama, o que é bastante normal. Não é o que ocorre com seu Inácio. Inácio Tomaz. Nascido em Livramento – PB, em 1906. Mais precisamente em 30 de agosto de 1906. Testemunhou os mais importantes acontecimentos que marcaram a saga do homem sobre a terra, nos últimos dois séculos, tais como o surgimento da aviação, as duas grandes guerras mundiais, aparecimento do plástico, a radiodifusão, a descoberta da penicilina, transplante de coração, a ida do homem à Lua, isolamento do vírus HIV, aparecimento do computador, da internet e do telefone celular , a clonagem de um ser vivo e a banalização da  corrupção...
O mais impressionante, além de sua nobreza de caráter, marca registrada que conservou durante todo o tempo, é a sua lucidez, alegria de viver, simpatia e, sobretudo sabedoria. Incrível como alguém dessa idade tem tamanha facilidade em adaptar-se às  transformações da vida moderna. Espírito jovem e força interior. Como consegue acompanhar os tempos, adaptando-se às mudanças, quer sejam de ordem tecnológica ou comportamental, totalmente desnudo de preconceitos. Como que um homem de 105 anos de idade, que estudou apenas 2 meses quando adolescente, consegue entender a funcionalidade dos dias atuais? E o mais incrível: não vemos em seu proceder nenhum resquício de saudosismo ou nostalgia. Inácio Tomaz vive o dia de hoje. Acompanha o mundo em tempo real e usa o celular tão bem quanto o seu bisneto de 10 anos. Também abraçou a moda do boné e camiseta. É um jovem que usa a estrutura de um ancião. Alguém que conseguiu atingir a verdadeira riqueza da vida ao descobrir o belo, na simplicidade do cotidiano. Alguém que ainda conta histórias declamando poesia.
Pouca gente tem a sorte de conhecer, conviver e, principalmente, tem a honra de ser filho de alguém tão especial como Inácio Tomaz.  Sempre fui e serei o seu maior apologista, meu querido pai!