Ancelmo Portela (poetaportela)

                                                              o sonho me faz poeta; o amor me sacia.

Textos

EXAMES PERIODICOS
EXAMES PERIÓDICOS
...o humor ameniza a adversidade;
a reflexão fortalece o espírito.

O homem que bem pensar
quando chegar aos cinquenta,
ou mesmo depois dos quarenta,
não deve se consultar.
Eu digo e posso provar
pois sou bastante metódico.
Você pode achar episódico,
mas se trata de realidade
porque aconteceu de verdade
em meus exames periódicos.

Me mandaram pra CASSI
aos exames de rotinas,
como manda a medicina
e as leis que regem os funcis.
Ah! Meu Deus, como sofri!
Me lembrei da Julieta,
uma Brasília velha preta
que eu tinha em Tucuruí
e que de tanto mecânico bulir,
não sobrou nem a vareta.

Me disse o cardiologista
a tua pressão tá alterada.
A tua vista está cansada,
decretou o oftalmologista,
com voz firme e determinada.
O dr. gastro disse: veja,
com toda delicadeza -
amigo, você tá lascado,
o teu fígado tá inchado
de tanto BB cerveja.

Nunca mais me olhei no espelho
depois que um tal urologista
como se fora ilusionista
me fez ficar vermelho,
baixou minhas calças até os joelhos
e a camisa até o umbigo.
E o que se seguiu, meu amigo,
eu não vou nem te contar,
porque você não vai acreditar
o que o energúmeno fez comigo.





Foi exame a dar com pau
de sangue e de urina,
pra medir creatinina,
etecétera e coisa e tal.
Esta vida de hospital
me deixou escafrunchado,
com os membros tudo furado,
tal peneira furadinha.
Basta beber uma agüinha
que vaza água pra todo lado.

No meu tempo de mocidade
dinheiro não tinha não.
Não tinha nenhum tostão.
Mas saúde, tinha à vontade.
Veja hoje, a calamidade!
Diferente de outrora!
Médicos dizem pra mim agora
em uma decisão conjunta
O seu problema  é de junta:
Junta tudo e joga fora.

O psiquiatra deu seu conceito
disse “ele tá deprimido
não adianta dar comprimido,
nem tarja preta dá jeito,
nem reza de São benedito.
Por favor, não se aborreça,
talvez uma milagre aconteça.
Disse aquele especialista.
Vou mandá-lo ao neurologista
para  serrar sua cabeça.

Depois de tanto banzeiro,
quando uma doença eu sentir,
eu já sei aonde ir:
vou atrás de um curandeiro;
padim Ciço do Juazeiro,
ou de uma benzedeira em Goiás.
Eu só quero é viver em paz.
Me desculpe, senhor gerente,
mas resolvi que daqui pra frente,
em médico eu não volto mais!!!!!

                                  Portela / Nov 2011
ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 30/11/2011


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