ALFORJE DA MEMÓRIA
Revirando o alforje da memória
Mexendo nas gavetas da saudade Encontro retalhos da mocidade Que exalam perfume do outrora. Vai-se a tristeza porta afora Levando consigo a nostalgia Reponde em mim boa energia que realimenta sonhos dourados. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria. Exultante a lembrança me consola Relembrando as festas de São João, Da vaquejada ao pé do mourão Forró, novena, jogo de bola E a magia da primeira escola. Decifrei o que o poeta dizia: Com “Eu era feliz e não sabia”. Em seu pleno significado. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria. Sou produto com a marca do Sertão Da mais pura matéria sertaneja. Como manda a Santa Madre Igreja Procurei sempre ser um bom cristão. Vivendo na maior mansidão. Até cair nas mãos do Frei Elias. Era o homem mais brabo que existia Dentro de todo o arcebispado. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria. Não fosse daquele frade a brabeza Não teria chegado à Ipuarana Berço da amizade franciscana Que subsiste com forte nobreza Neste mundo de tanta fraqueza. Agradeço a meu Deus todo dia E também à NossaVirgem Maria Porque fui grandemente abençoado. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria. Pedro Gonçalves, escola querida Tu me ensinaste a conjugar Defectivo, irregular, regular Todos os verbos da vida. Embora de maneira descabida, Frei Elias, a seu modo, transmitia, Conhecimento e até harmonia Em momentos bem esparsados. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria. Foi naquele belo seminário Que aprendi as mais belas orações E de vida as maiores lições Sob a batuta de Frei Olegário. Pecados deixei no confessionário A experiência pra vida levaria Ipuarana! Meu norte, meu guia. Um modelo para ser imitado. Quando abro as janelas do passado Fico feliz, repleto de alegria.
ancelmo portela (poetaportela)
Enviado por ancelmo portela (poetaportela) em 18/04/2023
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